Parece ser uma pergunta simples e fácil de responder, porém depende do ponto de vista. Como o blog tem o intuito de fazer reflexões sobre os conteúdos trabalhados nas aulas de morfologia, o foco será direcionado para tal disciplina.
Portanto, palavra além de ser simplesmente um conjunto de letras, é a unidade formal da linguagem, constituída de fonemas e sílabas, que podem ou não ser tônicas e que são capazes de construir enunciados e muito mais. Por essas características, que o objeto de estudo da morfologia, é a palavra e suas unidades mínimas significativas, ou seja, os morfemas.
Graças a aula de sexta-feira (27/04), tive a oportunidade de aprender que aquelas palavras que escrevemos e pronunciamos da mesma maneira, mas que têm significados distintos, são conhecidas cientificamente como homonímias. Só identificamos o significado real, quando estão inseridas em um contexto. Por exemplo, a palavra xeque pode assumir diversos significados:
1. "O poeta proclamava-se descendente de xeques do deserto" (Jorge Amado, Farda Fardão Camisola de Dormir)
2. Após sucessivos xeques, ele abandonou o jogo.
3. Sua candidatura estava em xeque.
No exemplo 1, "xeques" vem do árabe xeik, que significa ancião. Já no exemplo 2, "xeques" que vem do persa xah, está se referindo ao lance em que o rei é atacado por uma peça adversária. E por fim, no exemplo 3, temos "xeque" com o sentido de acontecimento parlamentar que gera perigo para o governo.
Para finalizar este post de "boas vindas", irei compartilhar uma música de Gilberto Gil, que adoro e tem tudo a ver com o que tratamos acima, vejam porque:
Uma lata existe para conter algo
Mas quando o poeta diz: "Lata"
Pode estar querendo dizer o incontível
Uma meta existe para ser um alvo
Mas quando o poeta diz: "Meta"
Pode estar querendo dizer o inatingível
Por isso, não se meta a exigir do poeta
Que determine o conteúdo em sua lata
Na lata do poeta tudonada cabe
Pois ao poeta cabe fazer
Com que na lata venha caber
O incabível
Deixe a meta do poeta, não discuta
Deixe a sua meta fora da disputa
Meta dentro e fora, lata absoluta
Deixe-a simplesmente metáfora
Podemos observar que o autor deu dualidade ao sentido de meta, a utilizando como substantivo, de desejar algo, e também como imperativo do verbo, quando se atribui uma competência que não possui.
Bem, por aqui vai terminando meu primeiro post. Espero ter passado de uma maneira legal, apesar de simples, o que aprendi nas primeiras aulas. Até a próxima!