Para dar inicio ao último post do semestre, começaremos tratando de morfema zero, representado pelo símbolo {Ø}. São comuns na língua portuguesa, os exemplos de morfema zero na flexão verbal: com freqüência, as desinências modo-temporais e números-pessoais são representadas por esse tipo de morfema, que é identificado na ausência de uma expressão numa unidade lexical. Por exemplo, nas palavras cantávamos e cantava, é notável que o morfema {-mos}está dando características de primeira pessoa do plural, enquanto em cantava, não nota-se nenhuma marcação de número ou pessoa, portanto designa-se morfema zero sua informação gramatical.
Tratando-se de alomorfia, pode se afirmar que um morfema representado por morfes variados, perspectiva na qual os alomorfes seriam nada mais que morfes alternantes (variações), para dado morfema. Como exemplo na nossa língua, temos o prefixo que tem significado de negação, in-, com variantes, i- e im-, conforme as palavras, in-cômodo, i-legal e im-puro, que têm diferença em seu significante, mas não em seu significado.
Dentro do campo de "classificação de morfemas" (tratado em posts anteriores), podem ser destacados os processos morfológicos, que incluem: morfemas de adição, subtração, alternância e reduplicação.
- Aditivos: são segmentos que se ligam a um núcleo, ou seja, a um radical.
- Subtrativos: são morfemas resultantes dá supressão de um fonema do radical para exprimir alguma diferença de sentido.
- Alternativos: são substituições de fonemas do radical, que passam a apresentar duas ou mais formas alternantes.
- Reduplicativos: são aqueles morfemas que em alguns idiomas, a repetição da parte inicial do radical possui valor morfológico. O português não apresenta morfemas reduplicativos, porém em expressões idiomáticas, elas dão um "hello".
Para fim de mais um estudo, Mário Quintana:
"Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda..."
Desse fofinho poema, podemos observar alomorfia na palavra "enfim" (en-fim, variação de fim), que por fim, chegamos ao fim :)
Olá, Bruna!
ResponderExcluirTuas explicações estão boas, mas senti falta de uma relação mais próxima entre o texto e o conteúdo. Além disso, "enfim" não é uma alomorfia da palavra "fim", e sim uma aglutinação de "em" e "fim". E as palavras que você escolheu para explicar a reduplicação (mamãe e vovô) não são expressões idiomáticas, são palavras que substituem a forma de tratamento usual por uma mais carinhosa. Expressões idiomáticas são composições de palavras com um sentido figurado, utilizadas no cotidiano para se referir a situações específicas. Outras observações:
-em nosso curso, desinências chamamos de afixos;
-deixe clara a diferença entre raiz e radical quando tratar desse tema;
-em "leão" e "leoa" a subtração é bem questionável;
-temos reduplicação em português. Teus exemplos comprovam isso.